Due diligence: problemas que reduzem o valor da empresa

Tempo de leitura: 5 minutos

Problemas na due dilligence

Vender uma empresa sem preparação para uma due diligence é um dos erros mais dispendiosos que um empresário pode cometer. Depois de décadas a construir um negócio, o objetivo é garantir que o valor obtido reflete o mérito e o esforço de uma vida inteira. No entanto, muitos empresários subestimam o impacto que uma due diligence tem no resultado final de uma negociação. Este processo de verificação e auditoria define o grau de confiança do investidor e, em última análise, o valor que ele está disposto a pagar.

A due diligence é o momento em que todas as promessas, números e compromissos da empresa são colocados à prova. Assim, qualquer inconsistência, falta de transparência ou desorganização pode afastar investidores e reduzir o preço final. Por isso, a forma como o empresário se prepara antes de iniciar este processo é decisiva para o desfecho da operação.

O que está em causa numa due diligence

A due diligence confirma se a empresa é realmente o que demonstra ser. Analisa de forma detalhada as áreas financeira, legal, operacional e estratégica do negócio, avaliando a sua coerência e capacidade de sustentar o valor apresentado. Cada dado, contrato ou relatório é examinado com rigor. Assim, uma empresa organizada e transparente transmite confiança, o que se reflete num preço de venda mais elevado.

As conclusões desta análise influenciam diretamente a avaliação empresarial, o tempo de negociação e as condições de pagamento. Quando a informação é clara, o processo decorre com fluidez. Porém, quando surgem dúvidas ou falhas, aparecem retenções, descontos e renegociações. Por isso, cada risco identificado tem um custo associado.

A due diligence pode ser preventiva ou corretiva. Na forma preventiva, o empresário antecipa-se, corrige falhas e entra no processo preparado. Na corretiva, o investidor descobre os problemas, e o vendedor perde o controlo da negociação.

Principais áreas analisadas numa due diligence

Dimensões financeira, legal e regulatória

A dimensão financeira é o ponto de partida da due diligence. O investidor procura consistência entre o que está registado e a realidade operacional. Quando há diferenças entre o EBITDA apresentado e o ajustado, surgem dúvidas sobre a performance real da empresa. Da mesma forma, a existência de passivos ocultos ou obrigações fiscais não declaradas compromete a credibilidade e pode travar a operação. Assim, irregularidades contabilísticas, políticas de provisões opacas e má gestão de tesouraria reduzem o múltiplo de avaliação e a confiança no negócio.

Na vertente legal e regulatória, o objetivo é garantir que a empresa opera dentro das normas. Processos judiciais pendentes, contratos informais ou incumprimento de obrigações legais e ambientais são sinais de risco. Além disso, problemas com a titularidade de marcas e patentes, cláusulas limitativas de contratos ou falhas na conformidade com o RGPD afetam a segurança jurídica. Por isso, o investidor valoriza empresas com estruturas legais claras, contratos formais e registos atualizados.

Dimensões laboral, operacional e tecnológica

O fator humano é um dos aspetos mais sensíveis de qualquer due diligence. Quando o negócio depende em excesso do fundador, o risco de descontinuidade aumenta. Falta de sucessão planeada, passivos laborais ou contratos irregulares criam incerteza e custos futuros. Além disso, a concentração de conhecimento em poucos colaboradores e a ausência de políticas de retenção desmotivam as equipas. Consequentemente, o investidor questiona a capacidade de manter a operação após a venda.

Na vertente operacional e tecnológica, a due diligence analisa a eficiência e a escalabilidade da empresa. Falhas de controlo interno, processos desorganizados e sistemas obsoletos evidenciam falta de gestão estruturada. Da mesma forma, a ausência de indicadores de desempenho (KPIs) e relatórios consistentes impede a leitura fiável dos resultados. Além disso, vulnerabilidades de cibersegurança e dependência de tecnologia de terceiros expõem riscos que o investidor não quer assumir.

Dimensões comercial, estratégica e ESG

A dimensão comercial e estratégica é uma das mais determinantes numa due diligence. O investidor analisa a estabilidade das receitas, a solidez dos contratos e o potencial de crescimento. Quando existe concentração de clientes ou fornecedores, o risco de quebra de faturação aumenta. Do mesmo modo, a perda de contratos importantes ou margens de lucro em declínio sinalizam fragilidade competitiva. Por isso, a ausência de uma estratégia comercial documentada é vista como falta de planeamento e reduz a atratividade da empresa.

Paralelamente, os critérios ambientais, sociais e de governance (ESG) ganharam relevância. O incumprimento de normas ambientais, a ausência de políticas de sustentabilidade e uma governance informal comprometem a imagem e o acesso a capital. Assim, uma empresa sem práticas responsáveis enfrenta hoje barreiras que vão muito além do preço, afetando o próprio interesse dos investidores.

Problemas e impacto no preço final da due diligence

Os problemas mais comuns detetados durante uma due diligence têm impacto imediato na perceção de valor. Contas pouco fiáveis, falta de documentação, dependência do fundador e ausência de governance formal reduzem a confiança. Da mesma forma, riscos legais por resolver e estruturas societárias complexas prolongam a análise e desgastam o processo. Além disso, respostas lentas ou inconsistentes aos pedidos de informação minam a credibilidade do empresário.

Consequentemente, cada fragilidade é convertida num desconto direto. Os investidores aplicam múltiplos mais baixos, impõem condições de pagamento mais exigentes e, por vezes, desistem da operação. Assim, empresas com má preparação veem o seu valor cair antes de existir uma proposta formal. Pior ainda, ficam marcadas como riscos elevados em futuras negociações de capital.

Preparar a empresa antes da due diligence

A preparação antecipada é o passo mais eficaz para proteger o valor da venda. Um diagnóstico interno permite identificar falhas e corrigi-las antes de a empresa ser analisada. Por isso, a regularização fiscal e contratual deve ser uma prioridade. Além disso, o empresário deve planear a transição de gestão, garantindo que o negócio não depende apenas dele.

Com o apoio de especialistas em M&A, é possível mapear riscos e criar um data room estruturado, que transmite profissionalismo e transparência. Igualmente importante é alinhar a narrativa de venda com dados comprováveis. Assim, uma auditoria interna de pré-venda simula o olhar do investidor e revela pontos críticos que podem ser corrigidos antes da negociação. Finalmente, preparar a equipa para comunicar de forma técnica e coerente durante a due diligence faz toda a diferença entre um processo controlado e um cenário reativo.

A importância de uma due diligence bem conduzida

Uma due diligence bem conduzida é sinal de maturidade empresarial. A transparência e o rigor fortalecem a posição negocial e reduzem a margem de incerteza. Além disso, evitam descontos de última hora e reforçam a credibilidade da empresa perante o mercado. Quando a empresa demonstra profissionalismo e clareza, o investidorsegurança e está disposto a pagar por ela.

Ao mesmo tempo, esta preparação protege a reputação do fundador e garante uma transição estável. Uma due diligence sólida atrai mais investidores, aumenta a concorrência pelas propostas e valoriza o preço final. No fim, quem domina a informação domina o processo, e é essa segurança que distingue uma venda bem-sucedida de uma oportunidade perdida.

O papel da HMBO na preparação e mitigação de riscos da due diligence

Na HMBO, apoiamos os empresários a prepararem-se para a due diligence, no momento em que o valor da empresa ainda pode ser maximizado. Muitos problemas detetados neste processo surgem de falta de planeamento, documentação incompleta ou dependência do fundador. Assim, a HMBO identifica riscos, corrige incoerências e prepara a empresa para o escrutínio dos investidores.

A nossa equipa analisamo as áreas financeira e operacional com profundidade e reflete transparência e organização. Além disso, ajudamos a alinhar a informação com a narrativa estratégica da venda, mitigando fragilidades e destacando elementos de valorização.

Com o nosso apoio, os empresários entram no processo de due diligence com segurança e controlo. Desta forma, o resultado é uma negociação mais previsível, investidores mais confiantes e múltiplos de avaliação mais elevados. Vender uma empresa é mais do que fechar um negócio, é garantir que o valor construído ao longo de uma vida é reconhecido e valorizado.

Se está a preparar a venda da sua empresa, fale connosco antes de iniciar a due diligence. Na HMBO ajudamos a transformar cada detalhe em valor e cada risco numa oportunidade.

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