ROA e ROE: Indicadores de rentabilidade na avaliação empresarial

Tempo de leitura: 4 minutos

ROE (Return on Equity) e ROA (Return on Assests) são dois dos indicadores mais importantes na avaliação de empresas em processos de venda ou captação de capital. Estes valores mostram se a empresa está realmente a gerar valor para os sócios e investidores. Por isso, os empresários devem compreendê-los bem antes de iniciar qualquer negociação.

Na prática, investidores, fundos e compradores analisam ROE e ROA logo nas primeiras etapas de uma avaliação. Se os números estiverem mal calculados ou mal apresentados, o negócio pode perder força antes mesmo de arrancar.

O que são ROE e ROA?

O ROE e ROA avaliam a rentabilidade da empresa, mas sob perspetivas diferentes. O ROE — Return on Equity — mede quanto lucro líquido a empresa gera por cada euro de capital próprio. Por norma, um ROE alto é positivo, mas pode esconder riscos se resultar de dívida em excesso.

Já o ROA — Return on Assets — mede o lucro em função de todos os activos da empresa, independentemente de como foram financiados. Assim, mostra a eficiência da operação como um todo. Em sectores onde os activos são difíceis de contabilizar, o ROA deve ser ajustado para evitar distorções.

Componentes e Cálculo de ROE e ROA

O ROE resulta da divisão entre o lucro líquido e os capitais próprios. Para mais precisão, convém usar a média dos capitais próprios do início e do fim do ano. Além disso, as políticas de dividendos e os aumentos ou reduções de capital podem influenciar este rácio.

O ROA calcula-se dividindo o mesmo lucro líquido pelo total dos activos. Aqui, entram todos os recursos da empresa: imóveis, máquinas, contas a receber e activos intangíveis. Em certos sectores, como tecnologia, os activos intangíveis são especialmente relevantes e devem ser bem considerados.

Vamos a um exemplo prático. Suponha que uma empresa tem 500 mil euros de lucro, 2 milhões de capitais próprios e 5 milhões de activos. O ROE será de 25% e o ROA de 10%. No entanto, se parte do lucro for resultado de um ganho não recorrente, os dois rácios deixam de refletir a realidade.

Diferenças entre ROE e ROA

O ROE mostra o retorno para os sócios, enquanto o ROA mede a eficiência global da empresa. Assim, empresas com muita dívida podem ter um ROE elevado, mas um ROA baixo. Este cenário pode indicar maior risco financeiro, o que afasta investidores mais cautelosos.

Por outro lado, um ROA sólido transmite confiança. Por isso, compradores estratégicos e fundos de investimento valorizam empresas com ROA estável e acima da média do sector. Em avaliações sérias, os analistas olham sempre para ambos os rácios em conjunto.

Vantagens e Limitações

O ROE é útil porque reflete o retorno sobre o capital dos sócios. No entanto, distorce-se facilmente com alterações na estrutura de capital ou lucros pontuais. Por isso, convém analisá-lo com atenção e sempre em conjunto com outros indicadores.

O ROA oferece uma visão mais neutra, porque considera todos os activos, sem depender da origem dos fundos. Mesmo assim, pode penalizar empresas com activos contabilizados abaixo do seu valor real, como acontece com marcas ou patentes.

Análise Comparativa por Sector

Cada sector tem características próprias que afetam os valores de ROE e ROA. Em sectores como indústria ou construção, onde há muitos activos físicos, o ROA tende a ser mais baixo. Pelo contrário, em sectores como consultoria ou tecnologia, os rácios costumam ser mais elevados.

Para que a análise seja justa, os empresários devem comparar os seus rácios com empresas do mesmo sector e com modelos de negócio semelhantes. Caso contrário, correm o risco de tirar conclusões erradas.

A Interpretação Correta dos Indicadores

O mais importante não é o valor isolado de ROE e ROA, mas a sua evolução ao longo do tempo. Se a empresa mantém estes rácios estáveis ou crescentes, demonstra consistência — uma qualidade muito valorizada por investidores.

Além disso, é essencial cruzar estes rácios com outros indicadores, como a margem líquida ou o grau de endividamento. Em análises mais técnicas, muitos profissionais usam a fórmula de DuPont para perceber se a rentabilidade vem de margens, eficiência operacional ou alavancagem.

Durante períodos de crise, mesmo empresas bem geridas podem apresentar rácios mais baixos. Por isso, o contexto económico também conta na leitura dos indicadores.

Casos Reais e Aplicações Práticas de ROE e ROA

No mercado, há muitos exemplos de empresas com ROE alto e ROA baixo. Geralmente, este cenário resulta de alavancagem financeira — ou seja, muito financiamento externo. Este tipo de estrutura preocupa investidores atentos, porque aumenta o risco de instabilidade.

Em contrapartida, empresas com equilíbrio entre ROE e ROA transmitem confiança e atraem mais propostas de investimento. Por isso, os empresários devem trabalhar para manter ambos os rácios saudáveis e transparentes.

Em modelos de avaliação, como o dos múltiplos ou o DCF, os analistas usam ROE e ROA para validar pressupostos sobre risco, retorno e eficiência. Se o ROE estiver consistentemente acima do custo do capital próprio, a empresa pode justificar uma valorização mais elevada.

Com frequência, encontramos empresas que apresentam um ROE de 40%. No entanto, depois de ajustarmos o capital próprio e retirarmos lucros não recorrentes, o valor real desce para 18%. Esta diferença pode parecer apenas técnica, mas na prática afasta investidores exigentes.

O papel da HMBO na análise de ROE e ROA

Os empresários cometem, muitas vezes, erros no cálculo ou interpretação de ROE e ROA. Basta um activo mal registado ou um resultado não recorrente mal classificado para comprometer a credibilidade da análise. Por isso, o impacto pode ser direto: perda de interesse por parte de investidores ou avaliações abaixo do potencial real.

A HMBO ajuda os empresários a corrigir essas falhas antes que causem danos. A nossa equipa analisa, ajusta e contextualiza ROE e ROA, entre outros elementos, com base em dados fiáveis e ajustados à realidade da empresa. Além disso, acompanhamos todo o processo de avaliação ou captação de capital.

Dessa forma, garantimos que os rácios apresentados refletem de forma transparente a rentabilidade e eficiência do negócio. O resultado é simples: maior confiança por parte dos investidores, melhor valorização da empresa e mais hipóteses de concretizar uma negociação vantajosa.

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