
Há setores emergentes em Portugal que atravessam uma fase de mudança económica estrutural acelerada, impulsionada pela transição energética, pela digitalização e pela consolidação de uma base industrial mais tecnológica. O país deixou de depender de setores tradicionais e começa a afirmar-se em áreas com elevado valor acrescentado e potencial de valorização sustentável. Além disso, o enquadramento político e económico estável, juntamente com a execução de fundos europeus e a políticas de inovação, criam condições para o crescimento de setores estratégicos capazes de atrair capital nacional e internacional.
A estabilidade regulatória, os incentivos fiscais à inovação e o acesso a programas europeus como o PRR e o Horizonte Europa reforçam a competitividade de Portugal face a outros mercados. Por isso, o país surge como destino preferencial para investimento institucional e para o desenvolvimento de projetos em setores emergentes. Deste modo, uma nova geração de empresas portuguesas está a beneficiar de um ecossistema mais sólido, preparado para escalar negócios de base tecnológica, industrial e sustentável.
O investimento privado e institucional assume hoje um papel central neste processo. Por conseguinte, fundos de investimento e sociedades de capital de risco deixaram de ser apenas fontes de capital e tornaram-se parceiros estratégicos que asseguram governação, rigor financeiro e disciplina de crescimento. Assim, esta dinâmica reforça a qualidade das operações de M&A e estimula a criação de valor em setores com forte potencial de valorização a médio prazo.
A avaliação dos setores emergentes exige uma leitura integrada de cinco dimensões fundamentais: previsibilidade de receitas, maturidade tecnológica, intensidade de capital, dependência de incentivos e capacidade de execução. Além disso, compreender estas variáveis permite antecipar riscos, estruturar operações equilibradas e alinhar expectativas de valorização com o horizonte temporal e estratégico dos investidores. Deste modo, as oportunidades mais relevantes são as que combinam resiliência financeira, tecnologia validada e potencial de escalabilidade em mercados internacionais.
O setor energético é um dos pilares da nova economia portuguesa. A transição para fontes limpas e o investimento em eficiência energética criam oportunidades que conjugam inovação, retorno e impacto ambiental. O hidrogénio verde é um exemplo paradigmático: exige investimento inicial significativo, mas garante previsibilidade de receitas através de contratos de offtake e beneficia de forte apoio público. Além disso, os sistemas de armazenamento de energia (BESS) consolidam-se como ativos críticos na estabilidade da rede, permitindo arbitrar energia e gerar receitas reguladas. Por isso, representam opções atrativas para investidores institucionais com perfil de longo prazo.
A eficiência energética e os retrofits industriais complementam este cenário. Deste modo, as ESCOs (Energy Service Companies) ajudam empresas a reduzir custos e a melhorar a pegada ambiental, oferecendo modelos de partilha de poupanças auditáveis e replicáveis. Assim, estes projetos geram margens estáveis e previsíveis, adequadas a fundos de infraestrutura e capital sustentável.
A digitalização surge aqui como uma alavanca transversal: tal como a energia, representa uma transformação estrutural capaz de redefinir setores e modelos de negócio.
Os setores emergentes tecnológicos estão a moldar a competitividade das empresas portuguesas. O modelo SaaS (Software as a Service) vertical demonstra maturidade e escalabilidade, com métricas como Net Revenue Retention (NRR), churn e payback CAC a orientarem as decisões de investimento. Além disso, a automação de processos e a governança de dados são fatores de diferenciação em mercados regulados, garantindo eficiência e previsibilidade de receitas. Deste modo, as empresas tecnológicas com retenção elevada e compliance robusto obtêm múltiplos de valorização mais favoráveis.
A cibersegurança assume especial relevância neste contexto. Por conseguinte, a implementação das diretivas europeias NIS2 e DORA cria uma procura estrutural por soluções de segurança, particularmente entre operadores críticos. Assim, empresas certificadas e com contratos de longo prazo asseguram receitas recorrentes e margens defensáveis. A inteligência artificial industrial complementa este ecossistema, reduzindo custos e aumentando produtividade em setores como energia, indústria e logística. Além disso, a maturidade tecnológica (TRL) e a ética na utilização de dados determinam o grau de risco e o potencial de valorização do investimento.
O setor da saúde e biotecnologia é um dos mais promissores entre os setores emergentes nacionais. Os dispositivos médicos certificados ao abrigo do MDR europeu enfrentam barreiras regulatórias exigentes, mas essas mesmas barreiras criam valor competitivo sustentável. Além disso, o digital health e o software médico (SaMD) estão a transformar a prestação de cuidados, aliando tecnologia e impacto social. Deste modo, empresas com interoperabilidade comprovada e integração em sistemas de reembolso público tornam-se ativos altamente valorizados.
A biotecnologia e os bioprocessos reforçam este panorama, com destaque para os serviços de produção contratada (CDMO), que oferecem previsibilidade de receitas e oportunidades de consolidação industrial. Além disso, o talento científico e a proximidade a universidades e centros de investigação criam um ecossistema favorável à inovação. Assim, o setor afirma-se como área estratégica para investimentos de longo prazo e elevado impacto económico.
A defesa e o espaço consolidam-se como setores emergentes estratégicos no contexto europeu. As tecnologias de uso dual, possuem aplicações civis e militares, o que amplia o mercado e reduz a exposição a ciclos económicos. Além disso, o cumprimento rigoroso de normas de exportação e certificação internacional é essencial para garantir segurança jurídica e acesso a financiamento.
O downstream espacial, centrado em dados e análises de observação da Terra, está a criar novos modelos de negócio baseados em data-as-a-service. Por isso, as empresas que atuam neste segmento beneficiam de receitas previsíveis e contratos multianuais com entidades públicas e utilities. Deste modo, Portugal reforça a sua presença em cadeias de valor europeias ligadas à defesa e à tecnologia espacial.
A introdução de políticas europeias de autonomia estratégica e o reforço do investimento em soberania tecnológica aumentam o potencial de valorização e o interesse de capital especializado neste setor.
A economia azul e a bioeconomia destacam-se entre os setores emergentes mais sustentáveis. O mar português constitui um ativo estratégico, com a biotecnologia marinha e a aquacultura sustentável a aliarem inovação e eficiência. Além disso, projetos com certificações ambientais e contratos de compra antecipada atraem capital institucional e cumprem os critérios ESG exigidos por investidores internacionais.
A agricultura de precisão e as tecnologias agrotech seguem a mesma lógica. Deste modo, o uso de sensores, dados e automação aumenta produtividade e reduz desperdício, melhorando margens e sustentabilidade. As proteínas alternativas e os modelos de economia circular completam o conjunto, demonstrando que é possível alinhar rentabilidade e impacto ambiental positivo. Por conseguinte, projetos enquadrados na Taxonomia Europeia beneficiam de financiamento verde e de condições de crédito preferenciais.
A mobilidade e a logística urbana estão entre os setores emergentes de crescimento mais rápido. O modelo “charging as a service”, baseado em subscrição e utilização recorrente, garante previsibilidade e margens consistentes, sobretudo quando apoiado em contratos B2B. Além disso, a automação e a digitalização da logística estão a tornar-se áreas prioritárias, com empresas tecnológicas a desenvolver soluções que reduzem custos e aumentam eficiência.
A gestão integrada de energia, transportes e dados urbanos representa o próximo passo na criação de cidades inteligentes. Assim, os contratos de performance com partilha de poupanças e as infraestruturas interoperáveis estão a atrair investimento em plataformas urbanas sustentáveis. Deste modo, a mobilidade elétrica e a logística digital assumem um papel determinante na transição para economias urbanas mais eficientes e descarbonizadas.
Os setores emergentes exigem estruturas financeiras ajustadas ao risco tecnológico e à maturidade de cada projeto. O blended finance e o coinvestimento público-privado permitem reduzir risco e acelerar a execução de operações de capital intensivo. Além disso, instrumentos como o SIFIDE reforçam a rentabilidade de projetos de I&D, equilibrando o esforço de capital e otimizando o retorno líquido.
As fases seed e pre-seed beneficiam de instrumentos convertíveis, ratchets e earn-outs, que ajustam valorização e risco ao desempenho. Deste modo, estas estruturas promovem alinhamento entre empreendedores e investidores, garantindo flexibilidade e disciplina. Por fim, a definição antecipada de estratégias de saída — via M&A ou IPO — assegura previsibilidade e eficiência na realização de valor, fatores decisivos para investidores institucionais.
A due diligence continua a ser a base da confiança entre investidores e empresas. Uma análise rigorosa da maturidade tecnológica, da propriedade intelectual e da conformidade regulatória permite antecipar riscos e salvaguardar valor. Além disso, distinguir receitas estruturais de apoios pontuais é essencial para validar a qualidade dos ganhos e a resiliência do modelo de negócio.
A integração de boas práticas de governação e critérios ESG reforça a credibilidade e a sustentabilidade das operações. Deste modo, a adoção de políticas de transparência e cláusulas contratuais robustas, como mecanismos de escrow ou indemnização, garante segurança e previsibilidade no pós-fecho. Por conseguinte, uma due diligence bem conduzida transforma o risco em confiança e a informação em vantagem competitiva.
Os setores emergentes apresentam oportunidades significativas, mas também desafios complexos. A rápida evolução tecnológica, a fragmentação do mercado e a dependência de incentivos públicos exigem uma análise técnica detalhada e visão independente. Além disso, a falta de benchmarks fiáveis pode distorcer a perceção de valor e comprometer decisões estratégicas.
Na HMBO, analisamos os setores com rigor. O nosso conhecimento setorial e experiência em operações de M&A, permite-nos garantir uma avaliação completa do potencial e do risco de cada oportunidade. Deste modo, a nossa equipa identifica riscos ocultos, quantifica o valor real e estrutura transações equilibradas, assegurando alinhamento entre investidores e empresas. Deste modo, o nosso acompanhamento traduz-se em operações mais seguras, processos mais transparentes e retornos previsíveis.
Assim, conseguimos retirar o maximo valor mesmo com a complexidade dos setores emergentes. Posicionamo-nos como parceiro de confiança na criação de oportunidades sólidas, sustentáveis e estrategicamente fundamentadas.
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