
O aftermarket automóvel entra em 2025 com mudanças estruturais profundas. Este setor inclui todas as atividades ligadas à manutenção, reparação e substituição de componentes de veículos após a venda inicial. Em Portugal, o aftermarket representa uma fatia relevante da economia e atrai cada vez mais investidores e grupos industriais.
Atualmente, o aftermarket é mais do que uma extensão do serviço automóvel. Na prática, tornou-se uma ferramenta de fidelização de clientes e uma fonte de receitas recorrentes. Por isso, os operadores mais avançados estão a abandonar o modelo de venda pontual e a oferecer contratos de manutenção, garantias prolongadas e subscrições.
O aftermarket acompanha a digitalização com forte crescimento das vendas online de peças e agendamento de serviços. Atualmente, as empresas utilizam plataformas digitais ligadas a sistemas ERP e CRM, o que melhora a gestão e aumenta o controlo operacional.
Além disso, os veículos conectados e a adoção de sensores inteligentes permitem recolher dados em tempo real e ativar manutenção preditiva. Por isso, as oficinas antecipam avarias e otimizam recursos, enquanto reduzem custos e melhoram a satisfação do cliente.
Finalmente, a experiência do cliente tornou-se prioridade. As marcas que garantem integração omnichannel entre loja física, website e app ganham vantagem competitiva. Sem essa coerência, perdem quota para operadores digitais mais ágeis.
Os veículos elétricos reduzem a procura por serviços de manutenção tradicional. No entanto, exigem novos conhecimentos técnicos em baterias, sistemas eletrónicos e software de controlo.
Entretanto, o aftermarket adapta-se à realidade dos modelos de mobilidade como serviço. Operadores de frotas partilhadas e empresas de subscrição exigem soluções de manutenção contínua, com tempos de resposta curtos e contratos escaláveis.
Neste contexto, as oficinas que investem em formação certificada para veículos elétricos asseguram maior retorno e posicionamento estratégico.
A legislação europeia exige o acesso justo aos dados técnicos dos veículos. Contudo, muitos fabricantes limitam esse acesso, criando barreiras à concorrência e penalizando oficinas independentes.
Além disso, o tema da rastreabilidade ganhou relevância no pós-pandemia. Algumas empresas recorrem a tecnologia blockchain para garantir a autenticidade das peças e monitorizar a cadeia de fornecimento.
Finalmente, os riscos de cibersegurança aumentam. Veículos conectados expõem oficinas a ataques e exigem medidas de proteção de dados mais robustas.
A consolidação do aftermarket intensificou-se em Portugal. As redes de oficinas crescem por franchising ou aquisição, ganhando escala, eficiência operacional e poder de compra.
Ao mesmo tempo, os distribuidores investem em hubs logísticos regionais, entregas em 24 horas e tecnologias de rastreamento. Esta reorganização responde a falhas logísticas causadas por eventos globais recentes.
Por isso, muitas empresas optam por relocalizar fornecedores, apostar no nearshoring e aumentar a capacidade de armazenamento local, reforçando a resiliência da cadeia de abastecimento.
O consumidor em 2025 exige transparência, agilidade digital e experiências integradas. Estas expectativas obrigam as empresas a investir em canais digitais eficientes e atendimento consistente.
Além disso, a sustentabilidade influencia decisões de compra. Os clientes valorizam oficinas que reutilizam peças, reduzem desperdício e apresentam práticas sustentáveis.
Adicionalmente, os regulamentos europeus impõem metas ambientais rigorosas. As empresas que lideram esta transição atraem investidores e conquistam contratos públicos ou com grandes frotas.
O aftermarket exige novos perfis profissionais. Aliás, técnicos com competências em diagnóstico digital, eletrónica e tornaram-se indispensáveis.
Entretanto, os centros de formação respondem a esta evolução com currículos atualizados. No entanto, a oferta ainda não cobre a procura real.
Consequentemente, as empresas mais bem preparadas criam academias internas e oferecem formação certificada como parte da estratégia de retenção de talento.
As operações de M&A tornaram-se uma resposta estratégica à fragmentação do setor. De facto, empresas maiores compram oficinas, distribuidores e plataformas digitais, para escalar o negócio e ganhar vantagens competitivas.
Além disso, muitos fabricantes apostam na integração vertical, controlando diretamente o serviço pós-venda e eliminando intermediários.
Por fim, a aquisição de competências tornou-se motivação central. A compra da EBS Aftermarket Group pela brasileira Randon demonstra como os grupos usam o M&A para acelerar entrada em novos mercados e ganhar capacidade técnica.
As equipa técnicas e comerciais são ativos valiosos nas operações de aquisição. Os compradores criam planos de retenção e investem em formação para manter o know-how crítico.
Entretanto, a geração de sinergias operacionais depende da integração de sistemas, logística e processos de compras. Caso falhem, as vantagens do M&A perdem-se rapidamente.
Além disso, os contratos com fornecedores e clientes exigem renegociação estruturada. O excesso de concentração pode desequilibrar o mercado e limitar a margem de manobra das partes envolvidas.
As empresas devem acompanhar tempo médio de reparação, taxa de retrabalho e rotação de stock. Em paralelo, os KPIs digitais como taxa de conversão online, tempo de resposta a pedidos e Net Promoter Score (NPS) ajudam a medir a eficiência comercial.
O valor de uma empresa no aftermarket depende da escala, margem e grau de digitalização. Distribuidores digitais apresentam múltiplos mais elevados (6x a 10x EBITDA) devido a custos fixos mais baixos e maior escalabilidade.
O aftermarket enfrenta riscos estruturais. A dependência de fornecedores asiáticos, a volatilidade cambial e o aumento dos custos logísticos afetam a estabilidade financeira das empresas.
Além disso, a rápida evolução tecnológica exige investimentos contínuos em equipamentos e formação. Quem não acompanhar esta mudança perde rapidamente competitividade.
Finalmente, os custos energéticos e as obrigações ambientais pressionam as margens, penalizando empresas menos eficientes.
Portugal apresenta um mercado de aftermarket ainda muito fragmentado. Muitas empresas operam com estrutura familiar, baixa digitalização e pouca preparação financeira para processos de venda ou captação de capital.
No entanto, o mercado português oferece procura estável, fidelização dos clientes e uma posição geográfica favorável, o que atrai operadores internacionais.
Exemplos recentes confirmam essa dinâmica: a Recalvi adquiriu a Bombóleo e a Iberoturbo, e a 3A Aftermarket comprou a Auto Torre da Marinha para reforçar a sua rede nacional.
Na Europa Central e do Norte, o aftermarket é mais maduro, digitalizado e sujeito a regras exigentes. De acordo com a Acquinox Advisors, a retoma do M&A nestes mercados está prevista para 2025.
Em contrapartida, os mercados emergentes oferecem potencial elevado de crescimento. Países como Brasil, Índia e Indonésia dependem fortemente do aftermarket para manter frotas envelhecidas.
Além disso, fundos soberanos como o ADQ (Emirados Árabes Unidos) e o PIF (Arábia Saudita) estão a investir em logística e distribuição, o que poderá ter impacto também no mercado português.
Os investidores que pretendem entrar ou expandir no aftermarket português enfrentam frequentemente falta de informação estruturada, indicadores inconsistentes e baixa preparação financeira por parte das empresas-alvo. Esta realidade dificulta a avaliação rigorosa e aumenta o risco da operação.
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