
A avaliação de empresas pode ter objetivos distintos consoante a finalidade que lhe está subjacente. Existem diversas metodologias, que se diferenciam pelos fundamentos e pressupostos inerentes, havendo, no entanto, erros comuns que se pretende aqui evidenciar:
Há uma tendência natural para exagerar as perspetivas de crescimento. De forma a evitar tal situação, importa realizar uma repartição das receitas por cliente, produto e/ou oferta de serviço, no sentido de verificar qual o grau de crescimento que será gerado pelos atuais e pelos novos clientes;
Muitas vezes as previsões consideram a manutenção dos custos operacionais, ainda que havendo um aumento das receitas projetadas. Para evitar tal situação importa apostar em testes analíticos, tais como receitas por colaborador e outras métricas operacionais que auxiliem numa avaliação razoável das despesas;
As empresas em crescimento exigem, muitas vezes, ativos fixos adicionais, como por exemplo, o aumento do número de equipamentos e/ou o aumento das instalações. Perante tal, em alguns casos, será importante que o modelo de avaliação contemple tais investimentos;
Perante um crescimento de vendas, registar-se-á também um acréscimo das contas a pagar e dos valores de stock, sendo que, por vezes, as previsões negligenciam tais acréscimos e o valor do negócio acaba por ser distorcido por essa razão;
Exemplos: (ii) contas a receber, que podem incluir contas a receber não-comerciais, como valores devidos por acionistas ou colaboradores; (ii) ativo fixo, que pode incluir equipamentos que podem ser descartados; (iii) bens imobiliários, quando uma empresa é proprietária do imóvel onde decorre a atividade (este caso poderá ser mais apropriado avaliar o valor do imóvel separadamente do próprio negócio);
É frequente na avaliação de empresas querer suportar o valor da operação pela comparação com operações anteriormente realizadas. Este exercício, embora possa ser revelador de quando o mercado está disposto a pagar por empresas comparáveis, deve ser utilizado com moderação, ajustando a análise a fatores como (i) diferentes mercados geográficos, (ii) economias mais desenvolvidas, (iii) operações listadas em bolsa ou (iv) períodos temporais das operações em análise;
Numa avaliação não se está à procura do “número mágico”, nem tão pouco a conjugação de pressupostos deve ser entendida como a única plausível. A criação de cenários permite perceber em que intervalo de valores a empresa deve ser avaliada e assim minimizar o impacto que o exercício de estimativa pode causar na avaliação;
Dependendo do método de avaliação utilizado, o valor da empresa pode corresponder ao valor líquido dos seus ativos, à capacidade de geração de valor futuro ou até mesmo ao seu valor contabilístico. Diferente deste conceito é o valor para os acionistas, que pretende aferir quanto do valor da empresa deve ser atribuído aos seus acionistas. Por outras palavras, quanto do valor da empresa não é absorvido por dívida financeira de longo prazo, portanto, pertencente a terceiros;
Um dos principais constrangimentos do cálculo da capacidade de geração de valor futuro de uma empresa (comummente aferida pela utilização do método dos cash-flows descontados) é o apuramento do custo do dinheiro no tempo. Pequenas variações percentuais na taxa de atualização podem ter um grande impacto na avaliação final. A remuneração do risco associado a quem vai financiar a operação deve ser suportada em pressupostos atuais e sensatos.
Na prática, uma avaliação empresarial poder ser importante em diversos contextos, designadamente:
Em suma, o exercício de avaliação de uma empresa deve ser efetuado com ponderação e com o máximo de imparcialidade sobre a definição dos pressupostos base da análise. Deve-se privilegiar a aplicação do bom senso e deve-se em conta uma análise da envolvente externa, para que trabalho seja robusto e credível, sendo uma peça de discussão positiva e de valor acrescentado para os seus destinatários.
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