Capital alternativo em M&A: como atrair os investidores certos

Tempo de leitura: 5 minutos

Capital Alternativo

Capital alternativo tornou-se uma solução cada vez mais procurada por empresas que se encontram em fases de crescimento, reorganização ou venda. Ao contrário do financiamento tradicional, que depende de bancos, fundos de private equity ou venture capital institucional, o capital alternativo recorre a investidores com lógicas próprias como family offices, corporate venture capital (CVC) e fundos soberanos.

Estas fontes de financiamento operam com critérios diferentes, oferecendo maior flexibilidade, estruturas ajustadas à realidade de cada empresa e uma abordagem mais paciente e estratégica. Além disso, permitem alinhar interesses com investidores de longo prazo, aceder a redes privadas de elevado valor e garantir estabilidade nas fases mais críticas do ciclo empresarial.

Este tipo de capital ganhou relevância após a crise financeira de 2008 e consolidou-se num contexto marcado por incerteza macroeconómica, retração de fundos clássicos e maior exigência na seleção de parceiros. Por isso, muitos investidores alternativos passaram a colaborar com fundos tradicionais em estruturas híbridas ou coinvestimentos, aproximando-se de teses mais institucionais mas mantendo a sua lógica própria.

Para os empresários, compreender estas diferenças e identificar o tipo certo de capital alternativo faz a diferença entre uma operação bem-sucedida e uma negociação frustrada. Por conseguinte, a escolha do investidor certo deve ter tanto peso como a avaliação do negócio em si.

Family Offices: Capital com ADN familiar

Os family offices representam uma das formas mais consistentes de capital alternativo. Estes veículos gerem patrimónios familiares com uma visão de longo prazo, onde o retorno financeiro anda sempre acompanhado da confiança, da partilha de valores e da estabilidade.

Estes investidores dividem-se entre os single family offices, focados numa única família e com estruturas altamente personalizadas, e os multi family offices, com equipas especializadas e processos mais estruturados. Por norma, procuram empresas com identidade própria, equipas fundadoras fortes e estratégias de crescimento sustentado.

Além disso, os family offices tendem a privilegiar sectores como saúde, tecnologia, consumo premium e indústria transformadora, onde o impacto é tangível e os valores são alinháveis. Embora alguns acompanhem ativamente a gestão, outros adotam uma postura mais passiva mas exigente quanto ao rumo estratégico da empresa.

Dificilmente estes investidores participam em processos públicos ou amplamente divulgados. Pelo contrário, valorizam a discrição, o acesso por recomendação e a construção de confiança ao longo do tempo. Frequentemente, utilizam estruturas internacionais sediadas em jurisdições como Luxemburgo ou Suíça para fins fiscais ou sucessórios.

Além disso, a possibilidade de reinvestirem em fases futuras, acompanhando o crescimento e reforçando a relação com o empresário, representa uma vantagem competitiva clara. Por isso, são uma solução atrativa para quem quer crescer com estabilidade e visão estratégica.

Corporate Venture Capital: Inovação

Os Corporate Venture Capital integram o universo do capital alternativo com uma lógica muito própria. Empresas já estabelecidas criam veículos autónomos para investir noutras empresas, normalmente startups ou PME inovadoras, com produtos ou soluções que complementam o seu core business.

Estes investidores não se limitam ao retorno financeiro. Pelo contrário, procuram inovação, acesso a novos mercados e oportunidades de aprendizagem estratégica. Assim, funcionam com alguma autonomia mas sempre alinhados com os objetivos da empresa-mãe.

Em muitos casos, os CVC estabelecem parcerias comerciais, exploram sinergias operacionais e avaliam a possibilidade de futuras aquisições. Embora as participações sejam geralmente minoritárias, incluem muitas vezes cláusulas de preferência ou de opção de compra.

Contudo, o processo de decisão tende a ser mais exigente, envolvendo várias camadas hierárquicas e critérios técnicos e estratégicos bastante específicos. Em sectores regulados ou com forte componente de propriedade intelectual, os riscos legais e reputacionais tornam-se ainda mais relevantes.

Por essa razão, os empresários devem avaliar com rigor se o CVC representa uma oportunidade estratégica ou um risco de dependência. No entanto, quando bem gerida, esta relação pode acelerar a escala e validar o modelo de negócio com um parceiro relevante.

Fundos Soberanos: Capital alternativo de origem estatal

Os fundos soberanos ocupam uma posição distinta no panorama do capital alternativo. Estes veículos pertencem a Estados e têm como objetivo gerir excedentes orçamentais, receitas provenientes de recursos naturais ou reservas cambiais de forma estratégica e sustentável.

Estes investidores atuam com horizonte de longo prazo e procuram estabilidade, impacto sistémico e influência geopolítica em sectores estratégicos. Assim, investem tanto em empresas cotadas como não cotadas, muitas vezes através de fundos especializados ou estruturas de coinvestimento.

Por norma, os fundos soberanos concentram-se em sectores como energia, saúde, mobilidade e tecnologia, onde podem reforçar a presença do seu país de origem ou garantir acesso a ativos estruturantes. Apesar de operarem com discrição, exigem processos de due diligence rigorosos e padrões de compliance muito elevados.

Além disso, valorizam critérios ESG e impõem exigências claras em matéria de governação, transparência e sustentabilidade. Em alguns casos, enfrentam barreiras políticas ou regulatórias, sobretudo em jurisdições que limitam o investimento estrangeiro em sectores críticos.

Contudo, em Portugal e noutras geografias europeias, estes fundos têm vindo a reforçar a sua presença, muitas vezes de forma silenciosa mas com impacto relevante. Assim, para empresas com ambição internacional e estrutura sólida, representam uma alternativa séria e credível.

Que tipo de capital alternativo se ajusta à sua empresa

Nem todos os tipos de capital alternativo se adequam a qualquer empresa. Cada investidor tem prioridades, critérios de avaliação e expectativas distintas. Por isso, a escolha deve basear-se no perfil do negócio, no seu estágio de desenvolvimento e na estratégia futura.

Os family offices encaixam bem em empresas familiares, com ADN próprio, estrutura de liderança estável e objetivos de crescimento a médio prazo. Já os CVC são mais indicados para negócios com forte componente tecnológica, modelos inovadores e potencial de integração ou parceria com empresas maiores.

Por sua vez, os fundos soberanos interessam-se por empresas com impacto sistémico, presença consolidada e visão institucional. Embora sejam exigentes, oferecem capital de longo prazo e estabilidade negocial.

Para os empresários, avaliar estas diferenças e preparar-se adequadamente é fundamental para evitar desalinhamentos e garantir o sucesso da transação.

Como preparar o acesso a capital alternativo

A entrada de capital alternativo não depende apenas de bons indicadores financeiros. Depende de uma narrativa sólida, de governação robusta, de estrutura societária clara e de uma equipa fundadora com credibilidade.

Estes investidores são exigentes. Rejeitam empresas com contenciosos em aberto, estruturas acionistas instáveis ou práticas pouco transparentes. Valorizam o alinhamento estratégico, a ética empresarial e a capacidade de execução consistente.

O acesso raramente se faz por canais públicos. A maioria dos negócios acontece em redes privadas, eventos restritos ou por intermédio de assessores especializados. Assim, adaptar a apresentação da empresa desde o tom à profundidade dos dados torna-se essencial para captar a atenção.

Por fim, a preparação do pitch, ajustado ao perfil de cada investidor, aumenta significativamente a probabilidade de avançar para uma negociação concreta e bem-sucedida.

O papel da HMBO no acesso a capital alternativo

A maioria dos empresários não sabe como aceder a capital alternativo nem como distinguir entre perfis de investidores com critérios tão diferentes. Frequentemente, perdem tempo com parceiros inadequados, expõem-se a riscos desnecessários e comprometem o valor real da operação.

Na HMBO, conhecemos a fundo o funcionamento do ecossistema de capital alternativo. Trabalhamos com family offices, CVCs e fundos soberanos há mais de uma década, acompanhando transações complexas e construindo relações duradouras entre investidores e empresas.

Apoiamos os nossos clientes desde o posicionamento estratégico da empresa até à qualificação dos investidores certos, passando pela construção da narrativa de valor e pela gestão de todas as fases da negociação. Fazemo-lo com método, rigor e sentido de compromisso.

Com a nossa intervenção, os empresários acedem a oportunidades que não estão no mercado aberto, evitam erros estruturais e reforçam a sua margem de negociação. Assim, transformamos a complexidade do capital alternativo numa vantagem competitiva real para quem quer crescer, vender ou reposicionar o seu negócio.

Se está a considerar atrair capital alternativo para o futuro da sua empresa, fale connosco. Ajudamos a preparar, posicionar e negociar com os investidores certos, no momento certo.

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