
Internacionalização através da aquisição de uma empresa consiste em entrar num novo mercado estrangeiro mediante a compra de uma empresa local. Este modelo permite aceder de forma imediata ao mercado-alvo, aos seus clientes, à equipa local e a todas as operações já em curso. Difere claramente de modelos como franchising, exportação ou parcerias locais, ao garantir controlo direto e pleno sobre a atividade no novo país.
Esta estratégia é particularmente relevante para empresas de grande dimensão com ambições de expansão global, já que oferece escalabilidade, acelera o crescimento e reforça a presença internacional. Algumas empresas optam por abordagens faseadas, como o build-up, através da aquisição de múltiplas entidades mais pequenas num mesmo mercado. Outras escolhem participações minoritárias como forma inicial de entrada, mantendo flexibilidade e minimizando a exposição ao risco.
A entrada num novo mercado através de aquisição garante vantagem competitiva face aos operadores locais. Em vez de desenvolver uma presença do zero, a empresa passa a beneficiar de uma estrutura existente, da intimidade com o mercado e do reconhecimento da marca já instalado.
Ao integrar partes da cadeia de valor, como distribuição ou fornecimento, o grupo adquire controlo operacional e reduz a dependência de terceiros. A nível estratégico, há ainda o benefício de diversificação geográfica, mitigando riscos associados à concentração de receitas numa única região.
Aquisições permitem superar obstáculos como a necessidade de licenciamento complexo, o recrutamento de talento qualificado ou o acesso a tecnologia localmente protegida. Muitas vezes, é mais rápido e económico adquirir estas competências do que desenvolvê-las internamente.
Ao integrar uma operação consolidada, reduzem-se redundâncias administrativas, optimiza-se a logística e aproveitam-se contratos comerciais em vigor. Isto traduz-se em economias de escala reais e numa curva de aprendizagem significativamente encurtada.
Antes de avançar, a empresa deve avaliar o potencial de crescimento do setor, a estabilidade política e económica, o nível de concorrência, a estrutura regulatória e a existência de incentivos fiscais ou apoios locais. Mercados mais previsíveis e abertos ao investimento estrangeiro representam opções com menor risco.
A proximidade cultural, a afinidade legal e a existência de acordos de dupla tributação também pesam na decisão. A internacionalização ganha tração quando o contexto jurídico e institucional oferece confiança ao investidor.
A empresa a adquirir deve apresentar um bom posicionamento no mercado, reputação positiva, uma base de clientes sólida e uma equipa de gestão com experiência comprovada. O ideal é que exista alinhamento cultural com a compradora, o que facilitará a integração pós-aquisição.
A análise deve incluir ainda a existência de sinergias operacionais, ativos intangíveis valiosos, licenças estratégicas, e um histórico de compliance robusto. Estes elementos aumentam o potencial de criação de valor a médio e longo prazo.
Avaliar corretamente a empresa-alvo é essencial para justificar o investimento. Usam-se técnicas como o EBITDA multiplicado, o fluxo de caixa descontado (DCF) ou comparáveis de mercado, ajustando as projeções ao risco do país e à volatilidade cambial.
Devem considerar-se contingências legais, passivos ambientais, e até elementos difíceis de quantificar como a relação com stakeholders institucionais ou o nível de dependência de contratos chave.
Uma due diligence bem conduzida abrange dimensões financeiras, fiscais, legais, laborais, tecnológicas, ESG e reputacionais. Importa verificar a fiabilidade das contas, os contratos vigentes, os processos judiciais em curso e a propriedade intelectual existente.
Negócios aparentemente estáveis podem esconder riscos contratuais, obrigações fiscais não declaradas ou problemas de governança. Sem uma análise minuciosa, a internacionalização torna-se uma aposta de alto risco.
A aquisição pode concretizar-se por compra de ações, o que implica assumir a empresa tal como está, ou por compra seletiva de ativos, quando se pretende isolar apenas a parte estratégica do negócio. A escolha depende da legislação local e do nível de exposição que a empresa está disposta a aceitar.
Nalguns casos, pode fazer sentido entrar através de joint-ventures ou exigir um carve-out antes da aquisição, especialmente quando a empresa-alvo faz parte de um grupo maior.
Internacionalização bem estruturada exige planeamento financeiro robusto. O investimento pode ser feito por capital próprio, financiamento bancário ou co-investimento com parceiros locais. Cláusulas de earnout e mecanismos de ajustamento de preço são usados para proteger ambas as partes.
Internacionalização deve prever mecanismos de cobertura cambial para mitigar volatilidade. A estrutura fiscal da operação, os acordos de dupla tributação e a possibilidade de financiamento institucional são fatores críticos a considerar na estruturação da operação.
Acordos como o SPA (Share Purchase Agreement) devem proteger a parte compradora através de representações e garantias claras, cláusulas de indemnização, restrições à concorrência e obrigações pós-venda.
A definição do foro legal, os mecanismos de resolução de litígios e o modelo de arbitragem devem constar no contrato de forma inequívoca. Esta clareza reduz riscos e dá confiança às partes envolvidas.
A fase pós-aquisição é determinante para o sucesso da internacionalização. Integrar processos, sistemas, equipas e modelos de gestão exige planeamento e acompanhamento próximo. Pequenos choques culturais podem comprometer ganhos operacionais.
A retenção de talento local, o alinhamento de liderança e a comunicação clara são pontos críticos. A criação de equipas mistas e a presença de líderes das duas organizações no processo de decisão ajudam a suavizar o impacto da mudança.
Decidir manter a marca local ou integrá-la na identidade do grupo deve basear-se em dados de perceção do consumidor e posicionamento estratégico. Em muitos mercados, a proximidade da marca com o cliente é um ativo que convém preservar.
A estratégia de marketing precisa de se adaptar aos hábitos locais, respeitar referências culturais e manter continuidade comercial. A forma como a marca se reposiciona influencia diretamente a aceitação da nova estrutura no mercado.
Acompanhamento rigoroso dos indicadores de desempenho permite validar os benefícios estimados. KPIs financeiros, operacionais e humanos devem ser definidos ainda antes da conclusão da aquisição.
A extração de valor inclui ainda a identificação de novas oportunidades, como cross-selling, lançamento de novos produtos, ou até a entrada em países adjacentes. A internacionalização é um processo contínuo, não um evento isolado.
Erros na avaliação da empresa-alvo, volatilidade cambial, alterações fiscais inesperadas ou estruturas de financiamento excessivamente alavancadas podem comprometer o retorno esperado. A ausência de cobertura adequada contra estas variáveis expõe a empresa a perdas significativas.
A falha na integração, a perda de quadros-chave, a quebra de contratos críticos ou incompatibilidades tecnológicas podem gerar disrupções graves. Muitas destas situações resultam de uma preparação insuficiente e da ausência de um plano claro de integração.
A reação de stakeholders locais, clientes, autoridades reguladoras ou mesmo meios de comunicação social pode ser negativa se o processo for mal conduzido. Uma internacionalização mal preparada pode originar resistência social ou institucional e comprometer a reputação do grupo.
Uma assessoria especializada permite avaliar corretamente os riscos, estruturar o negócio de forma eficiente e proteger os interesses da empresa compradora. A experiência em fusões e aquisições internacionais é decisiva para antecipar obstáculos e negociar melhores condições.
Uma abordagem bem-sucedida exige mais do que conhecimento técnico. Requer leitura de contexto, capacidade de adaptação cultural e acesso a redes locais. A assessoria com foco internacional domina os canais formais e informais de cada país.
O valor real da assessoria continua depois da assinatura do contrato. Desde o plano dos primeiros 100 dias até à monitorização das sinergias, o acompanhamento pós-aquisição garante que os objetivos definidos se traduzem em resultados concretos.
Grandes empresas enfrentam barreiras na identificação de targets relevantes, na leitura do contexto regulatório e na integração de operações complexas. A margem para erro é reduzida. Na HMBO posicionamo-nos como parceiros técnicos e estratégicos ao longo de todo o processo.
Através de uma abordagem personalizada, apoiamos a definição da estratégia de entrada, identificamos targets fora do mercado aberto, conduzimos a avaliação e negociação e acompanha a integração operacional, cultural e financeira.
Recorrer ao nosso apoio permite aceder a oportunidades exclusivas, reduzir o risco de falhas críticas e acelerar o retorno do investimento. Em projetos de internacionalização, onde cada decisão tem impacto estrutural, trabalhar com uma equipa experiente faz toda a diferença.
Está a ponderar um movimento de internacionalização através de aquisição? Fale connosco e avalie como podemos apoiar a sua empresa a entrar no mercado certo, com a estrutura certa, ao lado dos parceiros certos.